terça-feira, 10 de janeiro de 2023

 


Quando o leão deixou seu lar, os carniceiros vieram à nossa porta reclamar o jantar, pois ao meio dia eles tiveram fome e aguentaram firme…

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Prefácio, revelações sobre o livro e relatos

Conta-se que nos períodos de formação da terra, quando nenhum homem ainda existia, a terra se colidiu com um grande meteoro. Esta catástrofe resultou na extinção de várias criaturas que viviam na superfície terrestre. Assim, uma nova era na terra se iniciou, pouco se sabe dos períodos seguintes, um intervalo entre era glacial é desconhecido, não relatado, se iniciou e teve seu fim há muito tempo antes de nascerem os povos que deram início à civilização atual com suas crenças hoje conhecidas em sua terra, como se viajássemos para outro mundo. Desconhecemos, e por isso, nos equivocamos o tempo todo, eu sei o que se passou naquela era…

A terra era chamada de Elsyien, uma terra fantástica, com um clima não muito diferente da era que conhecemos hoje, claro, que com um ar um pouco mais puro. Nesta era, os humanos ainda evoluíam de suas mais temidas e selvagens formas para as que conhecemos hoje. Nesta era em que os deuses, filhos dos grandes do universo, de onde estes todos eram filhos do supremo cosmos, chamado também de galático, caminhavam sobre a terra e a dominavam, naquela era, um mundo governado por deuses, um vasto mundo, cheio de criaturas que hoje seriam desconhecidas e tenebrosas. Um mundo cheio de mana, e que muitos desconhecem.

Mesmo eu, sei pouco dele, eu vivi nas suas épocas de ouro, não sei se estamos falando sobre o mesmo mundo, torno a dizer-lhes que este é Elsyien. Eu escrevo, pois certo dia em que acordei eu lembrei que nele, eu vivi em certas eras, eu estava maravilhado com as lembranças de uma outra vida, esclarecidas em minha mente como naquela bela manhã de sábado em que eu me encontrava junto de meu cachorro Nico e de minha gata de um certo nome vulgar dado por seu antigo dono, loira.

Neste dia eu lembrei do mundo em que vivi, e eu andei por este mundo, era um nobre vagabundo aventureiro, caminhei pelas terras fantásticas na companhia de meu fiel escudeiro, grande parceiro de aventuras e um ótimo professor. Ele era um mungo, um ser pequeno e de orelhas pontudas, nariz preto triangular como o focinho de um felino, as garotas amariam conhecer este ser hoje em dia, sem dúvida, e eu ouso dizer com plena convicção que seria muito querido e amado, seu nome era Kuga. Eu e Kuga viajamos por toda Elsyien, mas não estávamos longe do perigo, não, contudo, seguindo as instruções e experiência de meu pequeno amigo, nos livramos de algumas poucas e boas. Mas o melhor foram as experiências que tive com os povos, sim eu conversei com diversos povos, conheci seus costumes, sua música, comidas, bons vinhos e boas cerveja, empunhei suas armas, e ouvi suas histórias, e convencido por Kuga, eu as escrevi em papiros eu lembro claramente e sei que deixei enterrado em algum lugar deste mundo, mas meu subconsciente não falha, me revelará quando chegar a hora certa, por isso, fui iluminado com estas lembranças para que eu pudesse trazer-lhes nesta encarnação, as sagas lendárias que ocorreram naquele vasto e maravilhoso mundo que um dia eu vivi, e abestalhado, eu afirmo que sinto saudades...

Eu começo este livro sem censura, eu vou falar o que ouvimos dos povos, suas histórias que não ouso dizer que sejam lendas ou mitos, respeito todos os detalhes a mim confiados pelos líderes mais sábios, velhos camponeses, idosos, guerreiros veteranos que em outrora foram verdadeiros mestres da arte da guerra e das armas. Não, eu não omitirei nenhum detalhe que fora a mim confiado, não ousarei profanar a vontade e a palavra de reis e mestres magos que visitei, ora em castelos abrilhantados e iluminados pelo sol, ora castelos mergulhados nas mais profundas trevas, e suas bibliotecas secretas abarrotadas de livros, incontáveis livros que eu não duvido que cada um possa ter a partir de seiscentas páginas adiante, nunca menos! Sim, eu visitei estes lugares, mas eu não foi em lugares assim que ouvi a história que vou lhes contar nas próximas páginas. Eu e meu amigo Kuga, viajamos à uma cadeia de montanhas, talvez esta tenha sido nossa ultima viagem juntos. Lá encontramos um povoado que vivia afastado de seus semelhantes, era um lugar remoto, mas belo, que tudo parecia parado apenas aos olhos de um tolo. Era possível sentir a alta vibração ali e se percebia facilmente que tudo estava em constante movimento. Lá em cima, naquelas montanhas cobertas de neve, existia um povo alguns eu arrisco dizer, não eram humanos, a maioria dos aldeões ariscos às visitas de estrangeiros. Lá, eu e meu amigo conhecemos uma anciã, uma velha ancestral, um oráculo, as pessoas que viviam ali arriscavam todos, que aquela velha possuía mais de quatrocentos anos, ela os aconselhava.

Eu e meu amigo Kuga, buscávamos histórias, e a velha que vivia sozinha em seu casebre mal cheiroso em ruínas, com suas tranqueiras e apetrechos de magia e xamanismo, nos recebeu. Ficamos ansiosos, ela demorou, mas eis que enfim sentou na sua cadeira de ossos que para ela, também lhe servia de cama. Sentada em sua poltrona, ela nos advertiu sobre nossas paciências e dos dias passados, não foram fáceis. Ela sabiamente subestimou os novos tempos, haveria um dilúvio na era seguinte, quando chegasse a vez do ancestral Oceano assumir a liderança entre os deuses da Arcadia, sem questionar, os deuses, um a um, deixariam a Arcadia para nunca mais voltar e o ancestral se encarregaria do resto. Ela nos contou com certa saudade dos velhos tempos em que era jovem, foi aí que nos contou uma incrível história…